sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


História de Agamenon Mendes Pedreira não passa de cópia do programa de TV  

FIlme com Hubert e Marcelo Madureira, do Casseta & Planeta, peca pela falta de originalidade


Ana Clara Brant - EM Cultura
Davi de Almeida/Divulgação
Pedro Bial (E) faz o papel do jornalista Pedro Bial nofilmeda turma de Casseta & Planeta
 
Quem conferir As aventuras de Agamenon – O repórter terá a impressão de estar assistindo a um programa Casseta & Planeta urgente!  com duração prolongada. Com piadas clichês e outras mais originais, o longa conta a história do jornalista Agamenon Mendes Pedreira, criado pelos humoristas Marcelo Madureira e Hubert. Os dois ressaltam as diferenças entre filme e programa: “Começamos a fazer o personagem antes mesmo de Casseta & Planeta existir. Agamenon reflete o nosso humor, por isso não tivemos participações de outros integrantes do grupo. No filme não nos preocupamos com o humor politicamente correto ou incorreto. A única pretensão é fazer as pessoas rirem muito”, destaca Hubert.
Apesar dos esforços, o filme – que tem no elenco atores como Marcelo Adnet como o protagonista na juventude; Luana Piovani, como Isaura, esposa de Agamenon; e Luiz Carlos Miele – não consegue provocar o mesmo efeito da coluna publicada há 20 anos pelo jornal O Globo, que se destaca a cada domingo pela ironia e inteligência. “Não fizemos um filme sobre o personagem da coluna, até porque tem gente que nunca o leu, não o conhece e vai assistir ao filme. Agamenon do cinema é um personagem de carne e osso. Era o que queríamos retratar nessa cinebiografia cômica. Foi um grande desafio”, explica Hubert. 

A produção tem participações bem especiais, de gente como Fernando Henrique Cardoso, Jô Soares, Caetano Veloso, Ruy Castro (biografado não autorizado do personagem), Nelson Motta, Paulo Coelho e Zeca Pagodinho. Segundo Hubert e Madureira, as ‘celebridades’ prestaram depoimentos “quase espontâneos” e, o mais interessante, praticamente todos foram alvo da língua ferina de Agamenon. “Todos já foram sacaneados por ele e, mesmo assim, fizeram questão de participar. Temos ainda Pedro Bial, que faz o papel mais difícil de sua carreira, o de Pedro Bial; e ainda a cereja do bolo: a narração de Fernanda Montenegro. Foi a primeira a ver o roteiro e gostou de cara. Foi um ápice”, diz Marcelo Madureira.

As aventuras de Agamenon – O repórter é o primeiro longa do diretor Victor Lopes e, curiosamente, partiu dele a ideia de levar a história do jornalista à telona. “É um personagem que sempre tive vontade de fazer, desde quando era estudante de cinema. Falei com Madureira e Hubert e eles toparam. Foi um mérito ter trabalhando com gerações diferentes de humoristas como os cassetas, Adnet e Miele”, conta Lopes.

CAPRICHO Como Agamenon foi testemunha ocular dos principais acontecimentos históricos mundiais como o naufrágio do Titanic, as duas guerras mundiais, a queda do Muro de Berlim e as mortes de Getúlio Vargas e John Kennedy, a produção teve que se esmerar nos efeitos especiais. Foi em busca de material de arquivo e até reconstruiu algumas locações. “Apesar de ser um filme de humor, não queríamos que ficasse com aquele aspecto fake. Fizemos grande investimento na compra de material de arquivo, nos figurinos e na construção de cenários. Recriamos parte do Titanic, a caverna do Bin Laden, o bunker do Hitler. E ainda usamos muitos efeitos especiais”, revela o produtor Flávio Ramos Tambellini 

Um dos destaques do filme é o Funk dos aliados, interpretado por Marcelo Adnet, aliás, bem semelhante ao que ele apresenta em seu programa na MTV, como a famosa música Gaiola das cabeçudas, em que ele cita pensadores como Lutero e Kant. “Na verdade, a ideia do funk foi de Hubert e Marcelo, mas ajudei. Tenho muitas referências deles, porque desde criança os acompanhava. Foi um privilégio estar nessa empreitada com humoristas que admiro tanto”, resume Adnet.

HISTÓRIA MANDADA POR  ELIETE DE RORAIMA


 Assista ao trailer!

CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1980


FLAMENGO: CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1980

FLAMENGO: CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1980


Em 1980, finalmente, o Flamengo provava o que já era sabido desde 1977: que era o melhor time do mundo. Precisávamos, contudo, ganhar o Campeonato Brasileiro para ir à Taça Libertadores da América e depois ao título Mundial dos Clubes. A final foi entre o Flamengo e o Atlético Mineiro (tinha um timaço), com a primeira partida realizada no Mineirão. Jogo chato pra cacete. Daqueles de torcedor enfartar.
Para ver o jogo a Raça lotou uns cem ônibus, e contava com o apoio da torcida do Cruzeiro e dos milhares de flamenguistas que moravam lá. No meio do caminho entre Rio e Belo Horizonte existe um restaurante muito conhecido e que hoje está presente em todos os maiores shoppings do Brasil - o Cupim. É ele mesmo, o dos pães de batata. Este restaurante ganhou fama entre os integrantes da caravana pela bela coleção de peixes ornamentais que possuía e pelos faisões que ciscavam tranqüilos no quintal.

Nem bem o ônibus em que eu estava parou, todo mundo desceu para ver os tais peixes e faisões. Achei estranho tamanho interesse em coisas tão delicadas, vindo de gente que nunca foi conhecida pela fineza dos tratos. Comecei a entender o que se passava quando vi oKadoca descer com uma lata grandeResolvi acompanhá-lo e o vi enchendo a lata d'água, e enfiando a mão no aquário para pegar os peixes. Quando voltamos para o ônibus, outra presença marcante – um faisão sentado em uma das poltronas.
Seguimos viagem sem outras paradas e com diversos peixes mortos pelo chão do ônibus.Quanto ao faisãoou foi comido cru ou foi jogado pela janela do ônibus. Desnecessário dizer que, nos muitos Flamengo e Atlético que se sucederam, o Cupim passou a ter um batalhão de polícia na porta, que impedia a parada de qualquer ônibus de torcida.
Perdemos o jogo por 1 x 0. Um grande jogo. Pelo placar apertado achava que dava para reverter no Maracanã. Já me considerava campeão. No jogo de volta uma vitória simples daria o título ao Flamengo. Sabíamos que ganharíamos, mas foi uma pedreira. Ganhamos de 3x2, com direito a “enfarto” coletivo. Os 10 mil componentes da Raça “morreram” do coração. Que sufoco... Flamengo Campeão Brasileiro. A longa estrada para Tóquio começava a ser desbravada.

FLAMENGO: CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1980


FLAMENGO: CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1980


Em 1980, finalmente, o Flamengo provava o que já era sabido desde 1977: que era o melhor time do mundo. Precisávamos, contudo, ganhar o Campeonato Brasileiro para ir à Taça Libertadores da América e depois ao título Mundial dos Clubes. A final foi entre o Flamengo e o Atlético Mineiro (tinha um timaço), com a primeira partida realizada no Mineirão. Jogo chato pra cacete. Daqueles de torcedor enfartar.
Para ver o jogo a Raça lotou uns cem ônibus, e contava com o apoio da torcida do Cruzeiro e dos milhares de flamenguistas que moravam lá. No meio do caminho entre Rio e Belo Horizonte existe um restaurante muito conhecido e que hoje está presente em todos os maiores shoppings do Brasil - o Cupim. É ele mesmo, o dos pães de batata. Este restaurante ganhou fama entre os integrantes da caravana pela bela coleção de peixes ornamentais que possuía e pelos faisões que ciscavam tranqüilos no quintal.

Nem bem o ônibus em que eu estava parou, todo mundo desceu para ver os tais peixes e faisões. Achei estranho tamanho interesse em coisas tão delicadas, vindo de gente que nunca foi conhecida pela fineza dos tratos. Comecei a entender o que se passava quando vi oKadoca descer com uma lata grandeResolvi acompanhá-lo e o vi enchendo a lata d'água, e enfiando a mão no aquário para pegar os peixes. Quando voltamos para o ônibus, outra presença marcante – um faisão sentado em uma das poltronas.
Seguimos viagem sem outras paradas e com diversos peixes mortos pelo chão do ônibus.Quanto ao faisãoou foi comido cru ou foi jogado pela janela do ônibus. Desnecessário dizer que, nos muitos Flamengo e Atlético que se sucederam, o Cupim passou a ter um batalhão de polícia na porta, que impedia a parada de qualquer ônibus de torcida.
Perdemos o jogo por 1 x 0. Um grande jogo. Pelo placar apertado achava que dava para reverter no Maracanã. Já me considerava campeão. No jogo de volta uma vitória simples daria o título ao Flamengo. Sabíamos que ganharíamos, mas foi uma pedreira. Ganhamos de 3x2, com direito a “enfarto” coletivo. Os 10 mil componentes da Raça “morreram” do coração. Que sufoco... Flamengo Campeão Brasileiro. A longa estrada para Tóquio começava a ser desbravada.